
JOSÉ ENGLING
"Ser tudo para todos e propriedade especial de Maria"
Nasceu a 5 de Janeiro de 1898 numa povoação chamada Prossitten, situada na Prússia Oriental, e que actualmente pertence à Polónia. Provinha de uma família camponesa, muito cristã e singela. Uma doença que teve em criança deixou-o levemente corcovado. Além disso, tinha algumas dificuldades para falar.
Aos 14 anos decidiu-se pelo sacerdócio e foi estudar para um novo colégio ou Seminário Menor, recém inaugurado em Schoenstatt. Apesar dos seus defeitos físicos e da sua acentuada pronuncia camponesa, e graças à sua tenacidade, tornou-se rapidamente no aluno mais notável e apreciado.
Com a ajuda do seu director espiritual, o P. José Kentenich, veio a formular o seu Ideal Pessoal:
"SER TUDO PARA TODOS E PROPRIEDADE ESPECIAL DE MARIA"
Durante os anos de 1915 e 1916 tornou-se chefe dos Ramos Juvenis Masculinos do Movimento que se estava a fundar.
Durante a guerra mundial iniciada em 1914, tem de partir em Novembro de 1916 com outros 17 alunos para servir no exército. A vida de recruta não se lhe afigura fácil. No quartel de Hagenau teve de atravessar uma luta dura consigo mesmo, para não se deixar levar pelo ambiente massificado que o rodeava. Mas paulatinamente, graças à sua vinculação singela e filial a Nossa Senhora e à correspondência frequente com o seu director espiritual, bem como com a ajuda dos propósitos que vai formulando no seu programa de auto-educação, consegue dar passos importantes e seguir em frente.
No princípio de Julho de 1917, parte para o campo de batalha. Pela sua valentia e habilidade, é escolhido para integrar uma tropa especial de Comandos de Transporte. Não só surpreende todos com a sua coragem, mas para além disso, pelo seu exemplo e espírito serviçal, começa a atrair muitos jovens de outros lugares - companheiros de armas - para a obra de Schoenstatt.
Nos últimos dias da sua vida, o seu amor por Maria cresceu até ao heroísmo. O seu espírito apostólico era incansável. Nas suas longas marchas leva sempre uma grande quantidade de livros e revistas para distribuir entre os seus camaradas, para os ajudar a ocupar e levantar o espírito. Oferece-se para as tarefas mais perigosas, substituindo outros companheiros que poderiam, se morressem, deixar viúvas e órfãos. Não só continua a manter o controle diário do seu horário espiritual no meio das batalhas mais atrozes, mas a partir de 31 de Maio de 1918, começa mesmo a oferecer diariamente a sua vida pela missão do Santuário.
Nossa Senhora aceitou o seu oferecimento. A 4 de Outubro de 1918 é atingido por uma granada em Cambrai (França). Não foi possível encontrar os seus restos mortais. Actualmente foi já iniciado o processo para que seja declarado santo. Em Cambrai é venerado como o "Santo da Reconciliação", pois conseguiu unir, nesse lugar, os que antes foram inimigos na guerra, franceses e alemães.